Porto Velho (RO)23 de Janeiro de 202520:39:36
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RONDÔNIA

Obra de Reforma no Hospital João Paulo II e a Responsabilidade Coletiva

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Foto: Reprodução

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A fiscalização conduzida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO) na obra de reforma do Hospital João Paulo II, em Porto Velho, revelou irregularidades que expõem pacientes, funcionários e visitantes a riscos significativos. O relatório técnico elaborado pelo órgão trouxe à tona problemas que vão desde o comprometimento estrutural até falhas graves no isolamento de áreas em reforma. A questão exige uma abordagem imediata e coordenada, mas também merece uma reflexão mais ampla sobre planejamento, gestão pública e compromisso com a segurança.

Entre os problemas destacados, a falta de isolamento adequado nas áreas em obra compromete diretamente a segurança dos usuários. Além disso, a infiltração em uma laje descoberta e o comprometimento do forro de gesso representam ameaças concretas à integridade física de quem frequenta o local. Esses problemas não apenas colocam vidas em risco, mas também refletem a necessidade de uma maior fiscalização preventiva e planejamento eficiente nas obras públicas no Estado.

A recomendação do Crea-RO de desocupar imediatamente as áreas afetadas é técnica e sensata. No entanto, isso não resolve o problema maior: a falta de compromisso contínuo com as normas de segurança em obras públicas. A Sesau, como gestora responsável, precisa agir com celeridade para atender às exigências do relatório, tanto para remediar os riscos atuais, como para evitar problemas futuros.

Por outro lado, é fundamental ponderar os desafios enfrentados em projetos de infraestrutura de saúde. Hospitais como o João Paulo II lidam com uma demanda crescente e, muitas vezes, recursos limitados. Esse cenário agrava a dificuldade de realizar reformas enquanto se mantém o funcionamento do atendimento médico. No entanto, esses obstáculos não podem ser usados como justificativa para negligenciar a segurança de pacientes e profissionais.

A atuação do Crea-RO, ao identificar e reportar essas falhas, é um exemplo de como o trabalho técnico de fiscalização contribui para a sociedade. O encaminhamento do relatório a órgãos como a Defesa Civil, o Tribunal de Contas e o Ministério Público é um passo importante para garantir que as medidas corretivas sejam implementadas. Ainda assim, cabe questionar por que irregularidades desse porte não foram antecipadas ou evitadas antes do início da obra.

A solução para questões como esta exige mais do que intervenções pontuais. É necessário que a Sesau e outros órgãos responsáveis adotem uma cultura de planejamento criterioso e fiscalização contínua. O investimento em obras hospitalares deve ser pautado pela transparência, pelo respeito às normas técnicas e pela busca de soluções que equilibrem eficiência, segurança e viabilidade financeira.

Além disso, o papel dos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas, deve ir além da correção de erros já cometidos. Projetos de reforma em ambientes críticos como hospitais demandam atenção redobrada desde a fase de planejamento. A fiscalização preventiva é uma ferramenta poderosa para evitar o desperdício de recursos públicos e para proteger a população.

Por fim, é essencial que a sociedade civil permaneça vigilante. Quando se trata de obras públicas, o impacto de falhas vai além dos números em relatórios; ele atinge vidas humanas. O caso do Hospital João Paulo II é um alerta para todos sobre a importância de unir esforços em prol da segurança e da qualidade dos serviços públicos.








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