Rússia teria vacina contra o câncer pronta pra uso: “aguardando aprovação final”
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A Agência Federal Médico-Biológica (FMBA) da Rússia informou que concluiu os testes pré-clínicos de uma vacina contra o câncer e que aguarda apenas uma "aprovação final" para que o medicamento seja anunciado.
De acordo com a TASS — agência estatal russa de notícias —, o anúncio foi feito por Veronika Skvortsova, chefe da FMBA, durante o 10º Fórum Econômico do Leste, realizado em Vladivostok entre os dias 3 e 6 de setembro.
"A pesquisa durou vários anos, com os últimos três dedicados a estudos pré-clínicos obrigatórios. A vacina agora está pronta para uso; estamos aguardando a aprovação oficial", afirmou Skvortsova.
A especialista informou que os resultados pré-clínicos confirmaram a segurança e a eficácia do imunizante. Os pesquisadores teriam observado reduções no tamanho dos tumores e na progressão tumoral, variando de 60% a 80%, além de maiores taxas de sobrevivência atribuídas à vacina.
O alvo inicial do imunizante é o câncer colorretal, mas a agência russa informou que também houve avanços no desenvolvimento de vacinas contra glioblastoma e tipos específicos de melanoma, como o melanoma ocular.
Apesar da divulgação feita pela TASS, ainda não há nenhum estudo revisado por pares publicado em periódicos científicos que detalhe o desenvolvimento, a segurança e a eficácia da vacina russa.
Anúncio de vacinas em 2024
Um anúncio realizado em dezembro de 2024 já havia informado sobre o desenvolvimento da vacina, que teria previsão de começar a ser distribuída no início de 2025 — mas não há registros de que isso tenha acontecido.
Na ocasião, o Centro Nacional de Pesquisa Médica do Ministério da Saúde da Rússia informou que trabalhava em duas linhas de vacinas oncológicas. Uma delas é uma vacina personalizada que utiliza tecnologia de mRNA, a mesma empregada em doses contra a covid-19.
"Com base na análise genética do tumor de cada paciente, uma vacina única é criada para ‘ensinar’ o sistema imunológico a reconhecer células cancerígenas", detalhou o centro de pesquisa.
A outra vacina seria a Enteromix, desenvolvida a partir de uma combinação de quatro vírus não patogênicos com capacidade de destruir células malignas. O imunizante teria ainda a habilidade de, simultaneamente, ativar a imunidade dos pacientes contra o tumor.
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