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Em 2023, Rondônia registrou um aumento significativo no número de casos de HIV, com crescimento de 15,47% em relação ao ano anterior. Os dados fazem parte do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que também apontou um avanço nos serviços de saúde do estado, refletido no aumento de diagnósticos. Esse crescimento está relacionado ao maior acesso a testes, com muitas pessoas se submetendo ao exame pela primeira vez.
Apesar do aumento nos diagnósticos, a taxa de mortalidade por aids no estado foi de 3,9 óbitos por 100.000 habitantes, o índice mais baixo desde 2013. Em 2023, Rondônia registrou 108 mortes por aids. Esse resultado é parte da estratégia nacional de combate à doença, que visa a eliminação da aids até 2030.
O perfil epidemiológico de 2023 revela que 70,7% dos casos de HIV ocorreram em homens, com destaque para a faixa etária de 20 a 29 anos, que concentra 37,1% dos casos. Além disso, 63,2% dos infectados eram pessoas negras ou pardas, e 53,6% dos casos ocorreram entre homens que fazem sexo com homens.
Aumento no uso de PrEP
Em paralelo ao aumento nos diagnósticos, o Brasil registrou um avanço importante na distribuição da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento eficaz na prevenção do HIV. Em 2024, o país atingiu a marca de 109 mil usuários da PrEP, um crescimento de 100% em relação a 2022. Em Rondônia, o número de usuários passou de 160 para 411 no mesmo período.
A PrEP é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é considerada uma das principais estratégias para a eliminação da aids no Brasil. A expansão do uso da PrEP está diretamente ligada ao aumento de diagnósticos, pois para iniciar o tratamento, é necessário fazer o teste de HIV.
Meta global da ONU cumprida com antecedência
Em termos globais, o Brasil também alcançou uma importante meta estabelecida pela ONU, diagnosticando 96% das pessoas vivendo com HIV que ainda não sabiam de sua condição. O país já cumpre duas das três metas globais da ONU com dois anos de antecedência: 95% das pessoas diagnosticadas, 82% em tratamento antirretroviral e 95% com carga viral suprimida, o que significa que o HIV não é mais transmissível.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, celebrou o resultado e destacou o esforço do governo federal em retomar o foco no enfrentamento da aids, com o apoio de movimentos da sociedade civil. A ampliação do diagnóstico e a adesão ao tratamento antirretroviral são essenciais para garantir melhor qualidade de vida às pessoas vivendo com HIV.
A expansão do diagnóstico e o aumento na adesão à PrEP representam avanços significativos no combate ao HIV e ao aumento da qualidade de vida para as pessoas diagnosticadas, colocando Rondônia e o Brasil em uma trajetória positiva rumo à eliminação da aids até 2030.
Portal SGC