O clima e o Centrão
"Nossas florestas estão queimando, nossos rios estão secando, nossas comunidades estão sofrendo", lamentou em entrevista coletiva internacional o cacique Raoni Metuktire, da etnia Kayapó, em setembro. Duas semanas depois, é o Sul que lamenta a força dos ventos e das tempestades de água e pedras de granizo, coincidindo com o assustador furacão Milton, que jamais havia ocorrido no Oeste dos EUA nesta época do ano.
Não ocorre a manipulação midiática do "sistema", pondo a população em pânico para reforçar o poder do Estado e enfraquecer a "liberdade" individual. Em geral, aqueles que defendem liberdades são os mesmos que exigem mais repressão a quem desafia... o sistema. Querem liberdade para si e contenção para os demais, em clara contradição.
No caso do clima, a realidade rompe as fantasias ideológicas das bolhas. Não descerá ninguém dos céus para corrigir os desequilíbrios que levam a fenômenos extremos repetidos a intervalos cada vez menores. Será preciso um esforço geral, de união nacional, para corrigir os problemas infraestruturais e os descuidos com o planejamento. As eleições, como já se viu no primeiro turno, apenas confirmaram o poder absoluto do Centrão sobre o país. Essa força política tem agido só para ganhar eleições e defender interesses individuais ou de grupos, mas está na hora de começar a produzir soluções para as angústias nacionais.
Busca dos indecisos
Os governistas que sustentam a candidatura de Mariana Carvalho (União) concentram suas expectativas nos votos dos indecisos, num percentual que chega a quase 30 por cento. Se de fato, o prefeito Hildon Chaves, o governador Marcos Rocha, o presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz conseguirem a proeza de interromper a sequência do efeito manada em favor de Leo e garantir está multidão de indecisos para Mariana, eles viram o jogo. Mas nesta altura do campeonato é uma tarefa difícil. Considerando eventos políticos semelhantes, esta onda Leo deve prevalecer.
Últimos debates
Com um pacto de não agressão, celebrado de interesse mutuo, no debate do SBT o confronto entre os candidatos Mariana Carvalho (União) e Leo Moraes (Podemos) foi ameno. Já, o debate da SIC TV foi empolgante, no sábado à noite. A meiguinha Mariana se transformou numa leoa feroz de garras afiadas. Ainda tem um último embate, a se realizar na TV Rondônia, na próxima sexta-feira, considerado decisivo para o destino dos candidatos.
Jogo de estratégia
Os chapas brancas acertaram na estratégia do debate da SIC TV com uma Mariana mais combativa. Foi seu melhor debate e enfrentou Leo em igualdade de condições, algumas vezes surpreendendo o antagonista.
Via Direta
*** Se tem eleição de entidade que envolve a população em Porto Velho é a da OAB. No pleito deste ano teremos duas chapas, uma da situação, com Márcio Nogueira, outra e oposição de Eurico Montenegro Neto *** Em eleição da OAB o pau atora, come solto. Os candidatos não são de aliviar e quem ganha se projeta politicamente para conquistar cargos importantes na vida pública rondoniense. O nome do vitorioso repercute em todo o estado *** Que tal um debate entre eles? Proporcionaria boa audiência para as emissoras. Será que os candidatos concordam? *** Voltando as eleições 2024: será que os prejudicados não perceberam ainda o brutal punhal da traição em andamento?
Carlos Sperança