Porto Velho (RO)25 de Dezembro de 202412:59:18
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Colunas | Carlos Sperança

Este fenômeno de falta de mão de obra que rola no sul do País começa a causar aflição também em Rondônia

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Delicado e complexo

Foi uma longa operação: 136 horas de voo, cobrindo 89 mil km, equivalente a duas voltas na Terra, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, a 14 quilômetros de altitude, condições necessárias para um grupo internacional de pesquisadores descobrir como funciona a formação de chuvas na Amazônia.

Trabalho conjunto entre a Universidade Goethe de Frankfurt e o Instituto Max Planck de Química, da Alemanha, com os brasileiros Inpe, Inpa e USP, sob a coordenação do pesquisador Dirceu Herdies, o estudo apontou que "a Amazônia tem uma simbiose de complexos mecanismos e importantes fenômenos que agem dentro de um sensível equilíbrio do ecossistema".

A complexidade da operação com que a natureza forma as chuvas amazônicas envolve diversos fatores, alguns pequenos ou invisíveis, requerendo condições ideais entre o dia e a noite para acontecer regularmente. Bagunçar esse delicado arranjo natural com devastação, queimadas e envenenamento do ar, terra e águas causa desequilíbrio climático e, em consequência, afeta a regularidade das chuvas.

Conhecer bem como elas se formam ajudará a preservar as condições ideais e combater os fatores de desequilíbrio em benefício do clima global. O nacionalismo é bom quando valoriza as características de um país, mas a natureza desconhece fronteiras e globaliza o clima sem pedir licença a governos.

Um colapso

Com muitos municípios paranaenses e catarinenses entrando em colapso pela falta de mão de obra para tocar cooperativas, laticínios, a indústria da construção civil, os sulistas estão recorrendo ao recrutamento de trabalhadores em Rondônia, Acre, sul do Amazonas e Pará. Neste final de ano centenas de domésticas, pedreiros, carpinteiros, pintores, ajudantes gerais, cabelereiras e operários dos outros segmentos, atendentes de supermercados e padarias se transferiram para estes dois estados. Em Porto Velho, com toda esta diáspora, já faltam operários para alguns segmentos.

Um fenômeno

Este fenômeno de falta de mão de obra que rola no sul do País começa a causar aflição também em Rondônia. As faculdades estão formando centenas de médicos, por exemplo, e eles não ficam por aqui. A maioria vai buscar melhores salários no interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Formandos de outras faculdades, como dos cursos de Direito, Administração se recusam a trabalhar de atendentes, ou outros serviços considerados braçais. Com isto estão migrando para os Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, Espanha e Itália.

A previdência

E com as famílias brasileiras cada vez mais reduzidas e os jovens formados caindo fora do País, pergunta-se como ficará a situação da Previdência Social em Rondônia e no pais nos próximos anos? O índice de envelhecimento está cada vez maior, bem como a longevidade. Se vê homens beirando e passando dos 80 anos, perfeitamente lúcidos e com saúde de ferro. A situação da Previdência preocupa.

Grande despedida

O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, começa a se despedir do cargo, e sem dúvidas vai deixar saudades. Deixa o prédio do Relógio, com festividades natalinas jamais vistas por aqui, principalmente no Parque da Cidade, que acabou se transformando numa atração turística. Se despede com a conclusão da nova rodoviária, uma obra marcante da sua administração com recursos da municipalidade e de emendas parlamentares, além das reformas da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Um exemplo de competência e governança, depois de um início pífio, apupado durante os invernos amazônicos. Um prefeito que cumpriu integralmente suas duas gestões.

Mais investimentos

O governador de Rondônia Marcos Rocha anuncia novos investimentos para manter a segurança e a paz social no estado. Um segmento onde a atual gestão falhou muito, O crime organizado tomou conta do estado e o aparelhamento da segurança pública não consegue conter os arrombamentos nos estabelecimentos comerciais e sequer resolver o problema de furtos de cabos elétricos nas residências e nos postes de ruas e avenidas ou nos logradouros públicos. Nas madrugadas em Porto Velho se vê os ladrões arrombando lojas nos centros comerciais das Avs. 7 de Setembro, Jatuarana e Amador dos Reis levando o butim nas costas. Temos casas depenadas em todos os quadrantes da capital rondoniense.

A preocupação

E tratando-se de segurança pública, a população e Porto Velho tem mais uma preocupação neste final de ano. Trata-se das saidinhas dos presidiários, uma "premiação" concedida pela justiça. Numa cidade onde centenas de foragidos perambulam pelas ruas - de viciados e traficantes a estupradores, de latrocidas a feminicidas - a saidinha dos presos é mais um motivo de preocupação. Uma temeridade. Muitos voltam a assaltar, arrombar residências causando graves prejuízos. Uma situação que vem se prolongando e sem solução, já que a coisa depende de deputados federias e senadores no Congresso, muitos deles com o rabo preso com a criminalidade.

Via Direta

***Com o tráfico de drogas e os garimpos ilegais tomando conta de Rondônia, Acre e Amazonas, já são quase 1000 pistas de pousos clandestinas identificadas na Amazonia Legal *** Cobra-se da ANAC, através do MPF, mais ação no combate a esta lamentável situação, já que o crime organizado tomou conta do pedaço também nos modais de transportes terrestre e fluvial *** Os últimos dias de funcionamento do terminal rodoviário provisório na região do porto Cai N’água em Porto Velho tem sido de suplicio para os passageiros e funcionários *** A estrutura provisória não consegue atender as demandas de sanitários, acomodação em bancos e para piorar abundam os drogados e ladrões nas proximidades É coisa de louco!

Carlos Sperança

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