O desempenho extraordinário de Rondônia no comércio internacional não é apenas um número impressionante em uma planilha - é a consolidação de uma trajetória de desenvolvimento que merece atenção nacional. Ao atingir US$ 2,20 bilhões em exportações nos primeiros nove meses de 2024, o estado não apenas supera seus próprios recordes, mas reescreve sua narrativa econômia.
Este resultado excepcional reflete uma transformação profunda que vai além das commodities tradicionais. Enquanto a soja e a carne bovina lideram as exportações, produtos como o Tambaqui, café robusta amazônico e cacau com selo INPI demonstram uma sofisticação crescente da pauta exportadora. Esta diversificação não é acidental - é fruto de um planejamento estratégico que combina vocação natural com inovação.
A presença dos produtos rondonienses em 83 países não é mera casualidade. É o resultado de um trabalho meticuloso em qualidade e certificação, que permite ao estado penetrar até mesmo nos mercados mais exigentes. O status de área livre de febre aftosa sem vacinação é emblemático deste compromisso com a excelência.
O que testemunhamos é a emergência de um novo polo de desenvolvimento regional. Rondônia não é mais apenas um estado da região Norte - é a terceira força exportadora da região e um exemplo de como a Amazônia pode prosperar de forma sustentável e produtiva.
A logística integrada, combinando rodovias, aeroportos e a hidrovia do Madeira, é um diferencial estratégico que poucos estados podem oferecer. Esta infraestrutura multimodal não apenas facilita o escoamento da produção, mas também reduz custos e aumenta a competitividade dos produtos rondonienses no mercado global.
O momento exige, contudo, que o estado mantenha o foco em agregação de valor e sustentabilidade. O desafio agora é converter este sucesso comercial em desenvolvimento social duradouro, garantindo que a prosperidade das exportações se traduza em qualidade de vida para a população.
Rondônia demonstra que é possível conciliar produção em larga escala com preservação ambiental e desenvolvimento social. Este é o modelo que o Brasil precisa replicar: produtivo, sustentável e socialmente responsável.
A façanha de Rondônia não é apenas um indicador econômico positivo, mas um caso de estudo para outros estados brasileiros. Ao demonstrar que é possível crescer economicamente mantendo responsabilidade ambiental, o estado estabelece um novo paradigma para o desenvolvimento regional.
Este modelo equilibrado, que respeita as vocações locais enquanto busca inovação e mercados globais, pode ser a chave para um Brasil mais competitivo e sustentável no cenário internacional do Século XXI.
Diário da Amazônia