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O dia 13 de setembro ocupa lugar especial na memória de Rondônia. Nesta data, em 1943, durante o governo de Getúlio Vargas, foi criado o Território Federal do Guaporé, marco institucional que abriu caminho para a futura formação do estado. Quatro décadas depois, em 1993, a mesma data marcou o nascimento do jornal Diário da Amazônia, veículo que se consolidou como referência para registrar e interpretar a realidade rondoniense. Entre o gesto político que inaugurou uma nova unidade federativa e o esforço jornalístico que deu voz à sociedade, a coincidência revela como datas podem simbolizar encontros de histórias.
A criação do Território do Guaporé, que a partir de 1956 passaria a se chamar Rondônia, em homenagem ao marechal Cândido Rondon, representou mais do que uma mudança administrativa. Significou a integração da região amazônica ao projeto nacional, garantindo presença do Estado brasileiro em uma fronteira estratégica. Até então, a área pertencia ao Amazonas e ao Mato Grosso, mas vivia à margem das decisões políticas. A partir de 1943, com sede em Porto Velho, o Território passou a ter governadores nomeados e estrutura própria, atraindo fluxos migratórios e investimentos. Esse processo preparou o solo para a transformação do Território em estado, oficializada em 1981.
Já o Diário da Amazônia nasceu em outro contexto: o da consolidação democrática Pós-Constituição de 1988. Surgiu em um período em que o jornalismo regional se firmava como instrumento de cidadania, ampliando o acesso à informação e fiscalizando o poder público. Ao longo de três décadas, o jornal registrou os grandes momentos da vida rondoniense: eleições, obras de infraestrutura, denúncias sociais, manifestações culturais e o cotidiano das cidades. Tornou-se uma espécie de arquivo vivo, ajudando a formar opinião e preservar a memória coletiva.
O encontro dessas duas datas — a criação do Território do Guaporé e o nascimento do Diário da Amazônia — sugere uma linha de continuidade. O primeiro representou o início de uma identidade política própria; o segundo consolidou o espaço de reflexão crítica sobre essa mesma identidade. Se o Território foi alicerce da autonomia administrativa, o jornal se tornou fórum de debate público, ampliando o sentido de pertencimento da população.
Assim, 13 de setembro é mais que um dia no calendário: é uma síntese da caminhada de Rondônia. De um lado, lembra o passado de esforços para estruturar o território e projetá-lo no mapa nacional; de outro, reafirma a importância da imprensa livre como guardiã da democracia e da memória social. Reconhecer esse duplo legado é compreender que a história de Rondônia se escreve tanto nos decretos oficiais quanto nas páginas de um jornal que registram o cotidiano de seu povo.
Diário da Amazônia