Secom
O crescimento dos acidentes de trânsito em Rondônia reflete um contexto de desafios múltiplos e demanda análise que vá além das soluções imediatistas. Entre 2024 e 2025, o número de ocorrências e as taxas de mortalidade elevaram-se nos principais municípios, reforçando a necessidade de ações articuladas e políticas públicas eficazes. De um lado, observa-se o impacto negativo do comportamento imprudente dos condutores: desatenção, velocidade excessiva e infrações diárias compõem o cenário das principais causas, conforme apontam os dados oficiais.
O perfil dos acidentes, majoritariamente urbanos e com predominância de motociclistas entre as vítimas graves e fatais, evidencia vulnerabilidade desse grupo frente às condições das vias e à fiscalização ainda insuficiente. O crescimento contínuo da frota e o uso inadequado de equipamentos de segurança agravam o quadro e sobrecarregam os serviços de saúde nas cidades mais afetadas. Para mudar o cenário, o esforço educacional precisa ser ampliado e direcionado, contemplando desde jovens condutores até profissionais que dependem do veículo como meio de trabalho e locomoção.
O desafio se estende à infraestrutura viária, frequentemente citada como elemento agravante nos boletins de ocorrência. Ruas esburacadas, sinalização deficitária e iluminação precária aumentam riscos de colisão e atropelamentos em regiões urbanas e rurais. A fiscalização, por sua vez, enfrenta limitações logísticas, principalmente nos municípios de menor porte, onde o registro de alta na taxa de mortalidade foi mais expressivo. Campanhas educativas e operações pontuais, embora relevantes, apresentam resultados aquém do esperado diante do volume crescente de acidentes.
A solução requer a integração de projetos de educação no trânsito, investimentos em infraestrutura e fortalecimento das ações sistemáticas de fiscalização. É papel do poder público alinhar as estratégias, promover revisões periódicas no sistema viário e estimular uma cultura de respeito às normas. Cabe à sociedade contribuir, adotando comportamentos responsáveis, utilizando equipamentos adequados e participando do debate sobre mobilidade e segurança.
A análise dos dados reforça que o problema da violência no trânsito de Rondônia é sistêmico e transcende a esfera individual de cada condutor. O enfrentamento da crise exige que ações sejam acompanhadas de planejamento, avaliação e transparência nos resultados. O objetivo é vencer o ciclo de alta letalidade, tornando o trânsito em Rondônia mais seguro e menos doloroso para as famílias impactadas pelos acidentes.
Diário da Amazônia