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A vitória do senador Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá, para a presidência do Senado e do deputado Hugo Motta, do União Brasil da Paraíba, para a presidência da Câmara dos Deputados, confirma a força do Centrão no Congresso Nacional.
Os dois parlamentares contaram com o apoio de partidos que formam a base do Governo, e também dos partidos de oposição.
O placar folgado nas duas Casas demonstra um voto fisiológico, e revela que a polarização percebida na votação das pautas ideológicas que dividem esquerda e direita, pode estar perdendo força - fragmentando o parlamento, e as negociações agora possam ser feitas no varejo.
O presidente eleito do Senado, Davi Alcolumbre, será o fiel da balança neste jogo político e não é atoa que acolhe de forma estratégica o primeiro vice-presidente eleito, o senador Eduardo Gomes, do PL do Tocantins, e o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, como segundo vice-presidente, e trabalhou para montar uma mesa diretora bem eclética, com parlamentares da base e da oposição, e fazendo discurso do fortalecimento da independência do Parlamento.
E deu um recado direto ao Supremo Tribunal Federal, pedindo que o STF respeita as decisões do Congresso.
O senador rondoniense Confúcio Moura, do MDB, foi confirmado na segunda-secretaria e será um grande aliado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, mas também do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, na busca por esse equilíbrio político na votação das principais pautas que interessam ao país.
Na Câmara dos Deputados, a vitória do deputado Hugo Motta, do União Brasil da Paraíba, também foi tranquila. Mas a composição da Mesa Diretora revela um perfil mais conservador, com maioria oposicionista nos principais cargos.
Hugo Motta disse que vai pautar os temas polêmicos e que Câmara será ainda mais independente e forte.
Com a eleição da mesa-diretora, a disputa agora é pela presidência das Comissões, o que deve se definir entre hoje e amanhã.
O senador rondoniense Marcos Rogério, do União Brasil, deve substituir o senador Confúcio Moura na Comissão de Infraestrutura, o que fortalece a posição de Rondônia numa das áreas mais importantes para o país.
Agora, com a definição dos comandantes no Congresso Nacional, o governo do presidente Lula começa a se movimentar para conseguir aprovar as pautas mais emergenciais para o país.
O primeiro desafio será votar o Orçamento de 2025, mas o Congresso terá que votar também pautas mais polêmicas, como o projeto que regulamenta a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil, com a tributação dos milionários; o projeto que altera a aposentadoria dos militares, e, pelo menos discutir o projeto da anistia políticas aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Temas que dividem opiniões no Parlamento e na sociedade. Em ano pré-eleitoral, existe o risco de que tudo isso vire amenidades ou munição estratégica na caixa de ferramentas do marketing político.
Guarim Liberato