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A preservação da Amazônia deve ser tratada como uma prioridade estratégica de segurança nacional. Essa é a avaliação da especialista Mariana Plum, diretora-executiva do Centro de Soberania e Clima, que alerta para o avanço de ameaças internas na região, como narcotráfico, desmatamento e crime organizado.
Segundo Mariana, o Estado brasileiro ainda concentra esforços em possíveis ameaças externas à floresta, mas ignora os riscos reais e crescentes dentro do próprio território. "Facções criminosas vêm se alastrando de maneira assustadora. Crimes ambientais cresceram mais de 50% no último ano. A devastação da Amazônia está andando de mãos dadas com a criminalidade", afirmou.
Durante participação no TEDxAmazônia 2025, em Belém (PA), ela destacou que preservar a floresta é essencial não apenas para o meio ambiente, mas também para garantir a soberania, a dignidade humana e os direitos dos povos da região.
"A Amazônia deve ser entendida como uma infraestrutura essencial à segurança nacional. Ela regula o clima, garante a produção de alimentos e a segurança hídrica. Se o Estado não chega, o crime ocupa. E onde o crime se instala, floresta, pessoas e futuro ficam sob ameaça", reforçou.
Atuação conjunta é essencial
Para Mariana, a principal falha no enfrentamento dos problemas da Amazônia está na falta de articulação entre os diferentes atores. Ela defende a criação de um plano nacional para a região, que una governos federal, estaduais e municipais, Forças Armadas, sociedade civil, universidades e, principalmente, as populações locais.
"Hoje, cada órgão atua de forma isolada, seguindo suas próprias prioridades. Sem um plano comum, os esforços são fragmentados e ineficazes. É preciso escutar quem vive na floresta e construir políticas públicas que façam sentido para a realidade local", disse.
Ela também aponta o papel estratégico das Forças Armadas, que, além de proteger as fronteiras, já atuam há anos na Amazônia e podem ser aliados na preservação ambiental. "Não dá para pensar em soluções para a região sem incluir as Forças Armadas. Precisamos resgatar a capacidade de diálogo, mesmo com divergências. Só assim vamos avançar em direção ao desenvolvimento sustentável."
O Centro de Soberania e Clima, liderado por Mariana, trabalha para que a Amazônia seja reconhecida como tema central da política de segurança nacional. A proposta é mobilizar diferentes setores da sociedade para proteger um dos maiores patrimônios naturais do planeta, não só como questão ambiental, mas como uma urgência nacional.
Karol Santos - Portal SGC