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O Hamas anunciou nesta quarta-feira (8) que chegou a um acordo para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, pontuando que isso inclui a retirada das tropas de Israel do território, envio de ajuda humanitária e uma "troca de prisioneiros".
Em comunicado, o grupo radical pediu a Donald Trump e a outros países que garantam que Israel implemente integralmente o cessar-fogo.
"Agradecemos profundamente os esforços dos nossos irmãos mediadores no Catar, Egito e Turquia. Também valorizamos os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, que busca o fim definitivo da guerra e a retirada completa da ocupação da Faixa de Gaza", destacou o Hamas.
"Afirmamos que os sacrifícios do nosso povo não serão em vão e que permaneceremos fiéis à nossa promessa e não abandonaremos os direitos nacionais do nosso povo: alcançar a liberdade, a independência e a autodeterminação" conclui a nota.
O anúncio é feito um dia após o ataque do Hamas que iniciou a guerra completar dois anos.
Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia, de acordo com contagens israelenses.
Durante a guerra, mais de 67 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas.
Quando os reféns devem ser libertados?
Ao anunciar o acordo entre Hamas e Israel, Donald Trump afirmou que todos os reféns do grupo palestino serão soltos "em breve".
Enquanto isso, fontes dão dias diferentes para o possível início da libertação dos detidos.
Um porta-voz do governo israelense disse à agência de notícias Reuters que espera que os reféns sejam libertados neste sábado (11).
Uma fonte do governo de Israel afirmou à CNN que a soltura deve acontecer no sábado (11) ou no domingo (12).
Enquanto isso, uma autoridade da Casa Branca pontuou à CNN que o governo Trump avalia que os reféns começarão a ser soltos na segunda-feira (13), embora tenha reconhecido que é possível que o isso seja antecipado.
Quantos reféns estão sob posse do Hamas?
O Hamas e grupos aliados ainda mantêm 48 reféns na Faixa de Gaza. O governo israelense acredita que pelo menos 20 estejam vivos e 26 mortos -- e não há informações sobre os outros dois.
Desses, 47 foram levados de Israel em 7 de outubro de 2023, dia do ataque do Hamas que iniciou a guerra. De acordo com Israel, 25 deles foram declarados mortos.
Há também Hadar Goldin, soldado das Forças de Defesa de Israel que foi morto em 2014 e teve o corpo levado para Gaza.
A maioria das pessoas ainda estão detidas em Gaza são cidadãos israelenses. Cinco são estrangeiros (três da Tailândia, um da Tanzânia e um do Nepal).
Dois dos reféns que se acredita estarem mortos têm dupla cidadania, dos Estados Unidos e de Israel.
Netanyahu diz que é "grande dia para Israel"
Em nota, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que este é um grande dia para o país.
Ele agradeceu ao presidente dos Estados Unidos e aos militares israelenses, ressaltando que continuarão "a alcançar todos os nossos objetivos e a expandir a paz com nossos vizinhos".
O premiê também anunciou que reunirá o governo nesta quinta-feira (9) para confirmar o acordo.
De acordo com a lei israelense, qualquer decisão de libertar prisioneiros palestinos como parte de um acordo de reféns deve primeiro ser aprovada pelo governo.
Caso ele seja aprovado, haverá um curto período em que será possível contestar as libertações de prisioneiros no Supremo Tribunal de Justiça de Israel. Só após isso será possível prosseguir com as solturas.
CNN