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Dois policiais militares e outras sete pessoas foram condenados por crimes como formação de organização criminosa, grilagem de terras públicas e venda ilegal de armas na Estação Ecológica Samuel, localizada em Candeias do Jamari (RO). As identidades dos condenados não foram divulgadas. As penas, definidas em regime fechado, variam de 6 anos e 6 meses a 14 anos e 7 meses de prisão, além do pagamento de multas. Os dois PMs perderam o cargo.
As condenações são o desfecho da Operação Canaã, conduzida pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO), com base em investigações da Polícia Civil iniciadas em 2021 pela 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco 2).
De acordo com as investigações, o grupo invadia e loteara ilegalmente terras públicas dentro da estação ecológica, vendendo os lotes de forma clandestina. O dinheiro arrecadado, estimado em R$ 5 milhões, era usado para comprar armas e manter as invasões. A organização recrutava pessoas em situação de vulnerabilidade para ocupar as áreas, enquanto investidores com maior poder aquisitivo adquiriam lotes para aplicação de capital ou lavagem de dinheiro.
Relembre o caso
Em junho de 2022, a 6ª fase da Operação Canaã, batizada de "Samuel", cumpriu 10 mandados de prisão e 6 de busca e apreensão em São Francisco do Guaporé e Porto Velho. As investigações apontaram que o núcleo criminoso loteara 550 pedaços de terra dentro da unidade de conservação.
Segundo a Draco, a quadrilha mantinha um rigoroso controle de acesso à área por um grupo armado e impunha um código de conduta interno. A polícia identificou que os dois policiais militares condenados eram os fornecedores das armas para a organização. Além de integrarem o esquema, os PMs atuavam na segurança das operações e no recebimento dos lucros.
As investigações também revelaram que o grupo contava com a ajuda de um topógrafo para o loteamento ilegal e que planejava invadir e comercializar lotes em outra unidade de conservação: a Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá e Floresta Nacional do Jacundá.
Portal SGC