Porto Velho (RO)27 de Dezembro de 202514:20:13
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Rondônia

Sentença descreve hierarquia e divisão de funções de grupo ligado ao CV e investigado em Ponta do Abunã

Justiça considerou comprovada a atuação de organização sustentada por sistema de arrecadação conhecido como "caixinha"; condenados foram investigados


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A Justiça de Rondônia condenou 13 pessoas por organização criminosa com atuação em distritos próximos à capital, Porto Velho. A sentença foi proferida pela 1ª Vara de Delitos de Tóxicos de Porto Velho em 19 de dezembro de 2025.

Os réus foram investigados no âmbito da operação Little Red Box, deflagrada em janeiro de 2025, que apontou a atuação de uma célula ligada ao Comando Vermelho nos distritos de Jaci Paraná, União Bandeirantes e Nova Mutum, na região da Ponta do Abunã.

O nome da operação — Little Red Box, ou "Caixinha Vermelha", em tradução livre — faz referência ao sistema de arrecadação atribuído ao grupo investigado.

Como funcionava

Segundo o Ministério Público de Rondônia (MPRO), a organização apresentava estrutura hierárquica e divisão de tarefas, com funções como liderança, tesouraria, porta-voz, conselho de missão e responsáveis por pontos de venda de drogas. Esses integrantes pagavam taxas conhecidas como "taxa da camisa", que compunham a chamada "caixinha", utilizada para financiar as atividades do grupo.

Cinco dos condenados exerciam funções de comando, gestão ou execução estratégica, ocupando cargos como "Tesoureira", "Porta-Voz", "Caixa Central", "Conselho de Missão" e "Cadastreira". Os demais atuavam como responsáveis por pontos de venda de drogas, submetendo-se às regras da organização, que, em contrapartida, oferecia autorização e proteção para a atividade criminosa.

De acordo com a investigação, o grupo atuou entre 2023 e 2025. As apurações tiveram início em 10 de maio de 2024, após a apreensão de um aparelho celular, cujas informações deram origem à investigação. Meses depois, em janeiro de 2025, o Ministério Público de Rondônia, em atuação conjunta com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/RO), deflagrou a operação.

Sentença

A Justiça condenou os 13 réus pelo crime de organização criminosa, previsto no artigo 2º da Lei nº 12.850/2013, com aplicação de causas de aumento de pena pelo uso de arma de fogo e, para alguns, pelo exercício de função de comando. A decisão determinou a manutenção da prisão preventiva e negou o direito de recorrer em liberdade.

Também foi decretada a perda de dinheiro, armas e aparelhos celulares apreendidos, que serão destinados ao Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD).

Portal SGC I com informações do MPRO


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