Feito inédito
A falência da Editora Três foi uma surpresa, considerando que desde a década de 1970 era praticamente impossível qualquer pessoa bem-informada não ler alguma de suas publicações. Depois dela, sobreviveram as editoras que se reciclaram para ampliar seu público para além dos impressos.
Diante da realidade de um público que lê cada vez menos livros, cabe investigar como e por que o livro "As Aventuras da Cunhã", de Isabelle Nogueira, esgotou a primeira edição em menos de uma hora na Bienal do Livro, promovida no Rio de Janeiro em junho.
Primeiro, porque é um livro infantil, e há pais responsáveis que procuram dar o melhor para os filhos, inclusive livros. Segundo, porque a apresentação se faz como história em quadrinhos, o que remete a uma leitura rápida pré-internet. Pode-se alegar que o fator mais importante é que a história de uma ilha encantada no coração da Amazônia é tão sedutora quanto a própria autora, famosa por suas participações no Boi Garantido do Festival de Parintins e no BBB24. É uma combinação de fatores, portanto.
É certo que a fama da autora alavancou o sucesso do livro e explica o sucesso de vendas, mas não se pode negar méritos à qualidade da produção da obra, que tem a capacidade de cativar os leitores já por sua bela capa. O sucesso do livro, de qualquer forma, está alicerçado no interesse geral que os assuntos da Amazônia despertam no público brasileiro.
Corrida sucessória
Tenho cansado de repetir que antecipar a corrida sucessória ao governo estadual em Rondônia resulta em sérios danos e desgastes aos mais precipitados. Vejam o caso do vice-governador Sergio Gonçalves, objeto de punhais da traição e fogo cerrado dos adversários. Acompanhem agora o caso do deputado federal Fernando Máximo, também do União Brasil. Assim que assumiu a candidatura ao CPA, o pau cantou e seus podres começaram a aparecer. Antecipar a campanha também custa mais caro aos bolsos dos pré-candidatos. É todo mundo pedindo favores.
Mais lançamentos
Não bastasse Sergio Gonçalves e Fernando Máximo sofrendo as agruras da antecipação da campanha, também o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves projeta o seu lançamento no próximo dia 7, quinta-feira, com a presença do presidente nacional do PSDB Marconi Perilo. Vai apanhar mais que mulher de bêbado dos adversários, já que é um candidato de ponteira e os postulantes bem avaliados levam mais pauladas ao longo da jornada. O atual prefeito de Porto Velho, Leo Moraes, que já perdeu duas vezes (em embate direto e outro no seu alinhamento com Cristiane) para Hildão vai tratar de arrumar mais defeitos nas gestões do ex- alcaide. E ele capricha!
Os catimbeiros
Nossos dois senadores, Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e Confúcio Moura (MDB-Ariquemes), mais prudentes, evitam os lançamentos, embora já estejam em campo. Rogério diz que é candidato à reeleição ao Senado e só confirma seu nome na disputa caso o ex-governador Ivo Cassol (PP) não conseguir registrar sua candidatura, já que ele está enrolado até talo com a justiça eleitoral. Por sua vez, Confúcio Moura já está no trecho com sua caravana da esperança, mas seu lançamento ainda não foi confirmado. Ambos catimbam o jogo como centroavantes argentinos em jogos decisivos.
Ficando pelo caminho
Até as convenções de julho do ano que vem, quando os partidos referendam seus candidatos para as eleições, alguns candidatos ao Palácio Rio Madeira deverão ficar pelo caminho. O primeiro deles foi o emedebista Lúcio Mosquini (Ouro Preto), que recuou do seu projeto inicial. A tendência é também que o ex-governador Ivo Cassol (PP) fique fora da peleja, já que não conseguiu reverter sua situação perante o Supremo. Outra possível desistência pode ser do atual prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), muito cotado para ser vice de algum postulante de ponteira.
Corrida maluca
Nesta corrida maluca que se tornou a disputa do governo de Rondônia, sempre temos lances repletos de trapaças, encenações, punhais da traição e fartura de pesquisas fajutas, feitas sob medida para atender os interesses dos candidatos mais endinheirados que se tornam patrocinadores. Também pode se contar, com a antecipação desta jornada, muita lamaceira nos candidatos melhor postados. Os políticos rondonienses agem como os macacos- pregos e chimpanzés que jogam fezes uns nos outros em disputas territoriais. É coisa de louco, caros aldeões rondonienses! Teremos cenas emocionantes, certamente.
Como os búfalos
Como os búfalos que infestam o Vale do Guaporé na região de Costa Marques, disputando o poder a cabeçadas e chifradas, os políticos rondonienses entram em campanha antecipada. É inútil pedir uma campanha limpa, ética e comportada. Esta situação não é típica dos políticos. Agem nas sombras usando meios de comunicação ou pelas mídias sociais para desgastar os adversários e se divertem em colocar os opositores em apuros. Alguns com muita culpa em cartório, outros com pouca. E quando o político não tem defeito, se inventa! Quanto mais forte é o candidato, mais se conspira. Até Teixeirão padeceu nas mãos dos adversários.
Via Direta
*** Os rios na Amazônia começam a secar prenunciando estiagens severas nos estados do Acre e Rondônia. Alguns municípios já estão preocupados com o abastecimento de água por conta desta situação *** Temos dois grandes predadores políticos em Ariquemes e o Vale do Jamari para as eleições 2026: Rafael Fera que assumiu o cargo de deputo federal na cadeira de Eurípedes Lebrão e o Delegado Camargo que se tornou uma liderança ascendente com grande atuação na Assembleia Legislativa *** O clã dos Muletas em Jaru está definindo um nome para retomar cadeira na Assembleia Legislativa. A ex-deputada Cássia deve ser a escolhida.
Carlos Sperança