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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente as Projeções da População para o Brasil e Unidades da Federação, na Revisão de 2024. O estudo apresenta projeções demográficas até 2070, incluindo dados específicos para o estado de Rondônia.
De acordo com o relatório, Rondônia enfrentará mudanças significativas em sua estrutura etária nas próximas décadas. Em 2023, a idade mediana da população do estado é de 32,1 anos. No entanto, as projeções indicam um aumento expressivo, chegando a 50,3 anos em 2070. Esse aumento de 18,2 anos na idade mediana reflete uma tendência de envelhecimento populacional que se alinha com o panorama nacional.
O índice de envelhecimento, que compara a população com 60 anos ou mais com a população com menos de 14 anos, também apresenta uma mudança drástica. Em Rondônia, esse índice é de 53,3 em 2023. As projeções apontam para um salto para 299,0 em 2070, um aumento de aproximadamente 560%.
Essas transformações demográficas têm implicações significativas para o planejamento de políticas públicas no estado. A expectativa de uma população mais idosa sugere a necessidade de adaptações em diversos setores, como saúde, assistência social e previdência.
O estudo do IBGE utiliza o Método das Componentes Demográficas para elaborar suas projeções. Este método considera fatores como a população no início do período projetado, nascimentos, óbitos e migração (imigração e emigração). Para garantir a precisão das projeções, o instituto realiza uma Conciliação Demográfica, utilizando dados de três Censos Demográficos consecutivos (2000, 2010 e 2022), além de informações sobre nascimentos, óbitos, migração e dados da Pesquisa de Pós-Enumeração de 2022.
As projeções populacionais do IBGE são ferramentas essenciais para o planejamento governamental e a tomada de decisões em diversos setores. No âmbito das políticas públicas, os dados fornecem informações cruciais para o planejamento de ações eficazes em áreas como saúde, educação e previdência social. O aumento projetado da população idosa em Rondônia, por exemplo, indica a necessidade de investimentos em saúde geriátrica, programas de assistência social e infraestrutura adequada para atender às demandas dessa faixa etária.
Além disso, as projeções têm um papel fundamental na distribuição de recursos. O Tribunal de Contas da União (TCU) utiliza esses dados como base para a distribuição de receitas federais aos estados e municípios por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Dessa forma, as projeções demográficas influenciam diretamente o planejamento orçamentário e a alocação de recursos em nível estadual e municipal.
No setor privado, as projeções demográficas são valiosas para empresas e organizações que buscam entender as necessidades futuras do mercado consumidor. Informações sobre o crescimento e a distribuição da população são essenciais para decisões estratégicas de negócios, permitindo que as empresas se preparem para atender às demandas de uma população em transformação.
A pesquisa também alerta para a necessidade de planejamento a longo prazo. O aumento significativo na idade mediana e no índice de envelhecimento indica que o estado precisará adaptar suas políticas e infraestrutura para atender às necessidades de uma população mais envelhecida. Isso pode incluir a expansão de serviços de saúde voltados para idosos, a criação de programas de assistência social específicos e a adaptação do mercado de trabalho para uma força de trabalho mais velha.
Além disso, as mudanças demográficas projetadas podem ter impactos em diversos setores da economia de Rondônia. O setor imobiliário, por exemplo, pode precisar se adaptar para atender às necessidades de moradia de uma população mais idosa. O setor de educação pode enfrentar mudanças na demanda, com uma possível redução na população em idade escolar e um aumento na demanda por educação continuada e programas para a terceira idade.
As projeções do IBGE também destacam a importância de políticas de saúde pública preventiva. Com o envelhecimento da população, é provável que haja um aumento na incidência de doenças crônicas associadas à idade. Investimentos em prevenção e promoção da saúde podem ajudar a mitigar os custos futuros com tratamentos e melhorar a qualidade de vida da população idosa.
Joel Elias - Diário da Amazônia